Durante 24 horas, todo mês, eu viro uma máquina de inventar coisas para fazer. Vai desde uma nova forma de organizar a despensa até uma marca de roupa baseada nos meus desejos de consumo.
Às vezes, viver esse dia com mil ideias é uma delícia — anoto, pondero, até coloco em prática as atividades que seguem soando razoáveis passadas essas 24 horas; outras vezes, é torturante, principalmente quando tenho muito trabalho, ou trabalho atrasado, a ser feito. E tem vezes que é apenas agoniante, quando todas essas ideias se embaralham, quando tento executá-las e acabo nem sequer conseguindo articular e colocar no papel.
Em todo o caso, de todas essas formas, o fato de fazer journaling (diário, páginas matinais, etc., já chamei de todos os nomes possíveis) mudou o jeito de eu me relacionar com essas 24 horas — que sempre vêm, todo ciclo elas estão aí. Anoto o que posso e não sinto que aquilo tudo vai evaporar da minha cabeça no dia seguinte. Sei que a Bruna de amanhã vai ser menos caótica, mais centrada para decidir o que é viável e que vale a pena ser feito.
Agora, neste exato momento, estou vivendo um desses dias. Já comentei com amigas e conhecidas sobre esse ímpeto gerador que surge justamente no primeiro dia do ciclo e muitas me disseram que não fazia sentido, que esse seria um sentimento mais comum no período fértil. Realmente não faz sentido estar sentindo cólica, cansaço, inchaço e, ao mesmo tempo, tendo muitas ideias de coisas trabalhosas para fazer — e ficando extremamente pilhada para começar todas elas.
Meu corpo não faz sentido. E eu me sinto um pouquinho mais dona de mim por ter percebido que, mesmo no caos, existe um padrão e ele pode ser usado ao meu favor. E tu, já percebeu algum padrão desse tipo?
Meu diário, companheiro. Eu que fiz o bordado e quem fez o caderno foi a Liara da Chamun.
Calendário
Nesse sábado, 20 de maio, tem oficina de bordado (a única desse mês) na Anelos - um espaço de vivências e arte em fios, com loja colaborativa, que fica no bairro Navegantes, em Porto Alegre. A aula será das 14h as 17h30 e pode ser cursada por iniciantes e iniciadas em bordado. As inscrições estão abertas enquanto houver vagas.
Indicações
#1 INSTAGRAM Yohei toca Kalimba e faz desenhos hipnóticos usando um torno. Os videos dele desenhando são minha nova obsessão.
#2 NEWSLETTER Amo histórias antigas, vocês sabem. Daí que a Marina Amaral tem essa newsletter (em inglês) onde ela colore digitalmente fotos antigas e conta a história das pessoas de cada foto. Amei todas que li até agora.
#3 INSTAGRAM Essa ilustradora, que eu não consegui descobrir o nome, se dedica a desenhar bruxas e gatos, em cenários lindos. E alguns gatos são fantasminhas. Se cada desenho gerasse um seriado animado eu certamente assistiria.
#4 SITE No Emojiton você escreve o que quiser e ele te dá os emojis que são associados aquela palavra (ou conjunto de palavras). É bem divertido ficar buscando coisas aleatórias.
#5 REVISORA A newsletter de hoje só foi enviada porque tive o apoio da Liliane Darós, a melhor revisora que eu conheço e minha amiga pessoal. Sem o apoio dela o texto de introdução faria muito pouco sentido. Então, se precisar de alguém de confiança para revisar teu livro, TCC, monografia, tese, material audiovisual, chama ela!