O tÃtulo pode dar a entender que esse texto tem teor religioso. Não tem.
Algumas semanas atrás recebi essa newsletter da Sofia. Ela falava sobre a própria relação com seus textos e publicações dentro dessa plataforma, o Substack, e como a tarefa (exaustiva) de escrever semanalmente sobre o principal assunto dela - o Human Design - trouxe reflexões profudas. Vamos ler:
(…) por si só, qualquer conhecimento que aprendemos de alguém que não de nós mesmos e das nossas vivências e encontros com a fonte, deve ser sempre questionado a partir de como aquilo serve para nós, como aquilo é interpretado por nós, para conseguirmos nos distanciar da ideia de que qualquer pessoa no mundo conseguirá traduzir o mundo por nós.
Isso é impossÃvel e esse é o trabalho de cada pessoa nesse plano: traduzir a existência através de si mesmo e de suas experiências, alquimizar o que aprendemos e transformar em algo próprio nosso. A partir disso, podemos compartilhar com as pessoas para que elas possam ter a sua versão da experiência, que sempre, sempre, vai ser diferente da nossa.
Depois de ler esse trecho fiquei algum tempo olhando para a parede branca a minha frente. Esse segundo parágrafo me fez lembrar das inúmeras vezes em que eu quis começar algum projeto novo e simplesmente não encontrava o meu jeito de fazer. Via outras pessoas encontrando suas linguagens, formatos e públicos. Quando no meu plano o que faltava era justamente essa pitadinha de mim.
Nessa mesma época, que recebi o texto da Sofia, precisei fazer um moodboard para uma matéria do curso que estou fazendo (falei sobre o curso na news anterior). Levei algum tempo até conseguir processar o que era meu, tão meu a ponto de ir parar lá. Lembrei dos meus diários e neles eu encontrei o óbvio. Minhas cores, fotos, gatos, natureza, escrita, desenho, tecidos e linhas. Mas mais do que as coisas que posso enumerar aqui, eu achei um jeito de fazer, viver e ver tudo aquilo que é meu.
Me vi, me reconheci, me aceitei, me abracei. Me senti um pouquinho mais viva.
Ao mesmo tempo comecei a conectar esses gostos com as pessoas que me rodeiam e compartilham de alguns deles. Aquilo que chega até nós pode se conectar com algo - que já está vivo lá dentro. Nem sempre acontece, mas quando acontece é como se um buraquinho se abrisse no nosso elemento filtrante. Ali uma coisa se transforma em outra, ali a minha leitura de algo pode se transformar em uma escrita de outro algo. Viajei demais hoje. Eu sei.
Convites e avisos
#1 COLEÇÃO No inÃcio desse mês lancei uma coleção de bordados e alguns deles ainda estão disponÃveis no meu site.
#2 OFICINA Nesse sábado, dia 26 de abril, vou ministrar uma oficina de bordado livre na Casa de Cultura Mario Quintana. A aula inicia as 9h30 e vai até as 12h30. Vou ensinar 4 pontos de bordado, além de falar sobre materiais e possibilidades dentro desse universo. Está sentindo falta de estar presencialmente com outras mulheres e umas horinhas longe das telas? Aproveita essa oportunidade.
#3 CLUBE Sabia que eu organizo um clube de bordadeiras, que se encontram uma vez por mês, em manhãs de sábado, para bordar, conversar, passar um tempo juntas? Esse clube tem sócias (participantes fixas) e também visitantes. Para saber das próximas edições e participar como visitante, na data que for conveniente para ti basta entrar nesse grupo do whatsapp.
Indicações
#1 SÉRIES Sim, no plural. Tem épocas, as vezes anos inteiros, em que nenhuma série é assim tão boa. Só que esse inicio de ano foi o exato oposto. Tem muita coisa boa sendo feita e exibida. Então pega essa lista de recomendações excelentes, maratonáveis e que merecem inclusive ser reassistidas: Severance, The White Lotus, The Handmaid’s Tale, The last of us, Black Mirror, …
#2 INSTA Francisco Fonseca é um ilustrador que desenha casas, reais e imaginárias. Nos últimos tempos ele tem feito miniaturas de casas em dobradura de papel.
#3 INSTA Essa máquina desenha projetos, de todos os tipos, com precisão usando canetas stabilo. Os videos são muito satisfatórios. 🤤
#4 INSTA Projetos arquitetônicos, projetos de decoração de interiores e paisagismo, todos feitos do jeitinho old school, no papel e na caneta nankin. É uma delÃcia assistir aos reels.
Eu sei, esses links de hoje estão (quase) monotemáticos dessa estudante de design de interiores. Perdoem, mas é o que eu tenho consumido ultimamente.
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Um abraço e até logo.