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Na maior parte do tempo eu sou a pessoa que incentiva as outras a postarem mais. Especialmente as mulheres que empreendem. Sou aquela que fala que é preciso ser a fã número 1 da própria marca, recomendar todos os produtos e serviços, explicar os valores que te movem para que as pessoas se conectem. Acho bem importante não ter vergonha de oferecer seu peixe.
Nos últimos tempos, em paralelo a isso, tenho sido a pessoa que evita mostrar processos criativos — principalmente quando estou testando um produto novo, um material, exercitando minha criatividade. E o motivo dessa diferença de abordagem é que estar presente no online, verdadeiramente presente, postando coisas e não apenas vendo conteúdo dos outros é muito cansativo.
Percebi, de uns 2 anos pra cá, que muitas vezes deixava de fazer várias coisas porque me preocupava com o ângulo que a câmera mostraria, se o meu cabelo estava ok para aparecer no video, se algo podia dar errado ou sair feio. Com o passar do tempo fui mapeando minha maior insegurança com relação a isso: minha pele e a rosácea. Era como se uma pele machucada e dolorida me incapacitasse de aparecer em video ou fotos. Era quase como se eu perdesse o direito daquele espaço online.
Além dessa insegurança, mapeada e aos poucos tratada, foram aparecendo outras camadas. Antes disso eu nunca fui uma pessoa insegura sobre o que postar. Sou cria dos blogs desde que eles foram inventados, em 2004 eu já tinha um blog (!!!).
Fico me perguntando o que aconteceu para que a naturalidade de compartilhar processos criativos tenha se esvaído — se foi a pandemia, o envelhecimento, o excesso do online ou o vício em telas. Ao mesmo tempo que me sinto uma pontinha de culpa também me atravessa o sentimento de que talvez não tenha nenhum problema em ficar quietinha e longe das redes por 1 ou 2 dias na semana e tá tudo bem.
Avisos e datas
Nesse sábado, 19 de agosto, tem oficina de bordado livre (a única desse mês) no Alquimia Atelier de Doces, que fica na Cidade Baixa, em Porto Alegre. A aula será das 14h30 às 18h e pode ser cursada por iniciantes e iniciadas em bordado. As inscrições estão abertas enquanto houver vagas.
Já no dia 2 de setembro, também um sábado, pela manhã, vou ministrar uma oficina de bordado experimental sobre papel. A minha aula faz parte da programação do Festival de mini-oficinas organizado pelo Espaço Dora Giron e pelo Laboratório de Práticas. Vale a pena dar uma espiadinha na programação completa. A inscrição é feita diretamente via formulário.
Em julho lancei uma nova coleção de bordados. São 9 peças que estão disponíveis no meu site. Além dos bordados pronta-entrega também aceito encomendas de peças personalizadas.
Indicações
#1 SERIADO Uma das melhores comédias que assisti nesse ano, Extraordinary mostra um mundo distópico onde todas as pessoas tem algum super poder, revelado ao completar 18 anos. A protagonista, com 25 anos, é a única pessoa que desconhece o seu poder. Série disponível no Star+.
#2 INSTAGRAM O Tio Virso é um professor que usa o instagram pra falar de arte, história e história da arte de uma forma única. Eu adoro o senso de humor dele, especialmente para desmistificar conceitos errados que temos sobre as referências estéticas da antiguidade.
#3 PODCAST Afetos é um podcast mantido pela Gabi Oliveira e pela Karina Vieira que trata de assuntos do cotidiano que provocam reflexão e debate. No episódio 202 elas falam sobre o sentimento de decepção quando descobrimos que alguém famoso, que admiramos, não tem atos condizentes com suas falas. Todos os episódios são ótimos, gosto muito de ouvi-las, mas esse episódio foi especial.
#4 INSTAGRAM A Amy McNee é uma escritora que compartilha reflexões sobre a criação artística, suas dificuldades, experimentações e conquistas. Os textos são em inglês.
#5 TIKTOK Quem diria, to finalmente perdendo o ranço e conseguindo postar com mais frequência — e até vontade! — no tiktok. Meu desafio agora é alcançar mil seguidores pra poder fazer lives bordando. Me ajuda seguindo lá? Estou no @bordadoempoderado